Lembrei ou melhor digo, que ao fazer uma viagem astral ou na memória universal, encontrei respostas para a pergunta que não queria calar dentro de meus pensamentos. Olha bem!!! Quando nos encontramos e fomos nos unir em um só corpo, simplesmente isso, quando há um desencarne nos unimos em um só corpo para medir a evolução e ver em que grau estaremos e ai encarnaremos novamente.
Bem!!! Quando isso tinha que acontecer com nos, a nossa união espiritual, não aconteceu porque
não aceitamos um ao outro ao contrário disso nos repelimos e quando nos unimos foi com uma certa dificuldade, até porque, não estávamos no mesmo grau de evolução e por isso essa saudade no peito. Essa dolorosa saudade vai servir para que quando chegarmos um perto do outro nos unamos sem medo e sem expelir um ou outro...
31/102007
Joyce de Fátima da Rocha
Capitulo Três
Num verdadeiro sonho...
Quando ela estava no ventre, o pai faleceu e sua mãe começou a viver mais para o trabalho, que era lecionar e ensinar as crianças a ler e escrever. Devido ao seu tempo dedicado às crianças da escola, não pode registrar em cartório o nascimento da July e só o fez quando ela completara oito anos após seu nascimento e sem o sobrenome de seu pai, que faleceu quando a menina ainda não tinha nascido.
Ele freqüentava uma religião de linha branca e colocou a mão no ventre de sua mãe e disse que ela seria o fruto especial e que seguiria os seus passos, abençoando-a.
Quando tinha um ano e sete meses, July não caminhava, em virtude de uma desnutrição. A sua locomoção era penosa, puxando as pernas e o corpo se arrastando no solo. Assim andava de um lado para o outro.
Certo dia a mãe dela teve um sonho: Era numa madrugada da noite de primeiro para dois de fevereiro. Ela se deitou e acomodou seus cinco filhos. Tão logo pegou no sono, se viu dentro de um trem, que em determinado momento pára defronte a uma igreja. Nesse momento começou a ouvir uma voz e, também, ver a imagem de uma santa, que estava no interior daquele templo.
Esta voz lhe diz:
- Leva sua filha na frente daquela santa, que ela vai dar quatro passos. A voz lhe falou, também, que isso teria que ser feito naquele próprio dia. Somente naquele dia. A professora, ao despertar começou a imaginar que santa seria aquela e em que dia tudo isso estava acontecendo.
-Que dia é hoje? Que santa é essa em meu sonho?
Pensou muito e lhe veio à lembrança que era o dia da festa e comemoração da santa daquela região.
A dona Lisha, mãe de July, comentou com ela e com a neta Eliana. E rapidamente pulou da cama, num impulso instantâneo e irrefletido. Pegou uma parte do dinheiro, que seria pagar o aluguel da casa, e vestiu a filha com a sua melhor roupinha, levando–a para a mesma igreja do sonho e, também, para acompanhar a procissão.
A tradição naquela cidade é levar a imagem de Nossa Senhora alguns dias antes, em procissão, acompanhada pelos fiéis por terra, em direção à outra igreja localizada no centro da cidade. À volta, entretanto, se dá por terra e água.
Dizem os antigos, que há muito tempo atrás, existiram alguns navegantes que enfrentaram uma grande tormenta. As águas ficaram demasiadamente agitadas, percebendo eles que, naquela tempestade, havia uma força maior puxando-os para o naufrágio. Um dos navegadores daquele barco era muito devoto e pediu, por tudo que lhe era sagrado, para não morrer e que alguma santa, que por acaso estivesse lhe escutando, salvasse-o, juntamente com os seus colegas e a sua embarcação. No mesmo instante, surgiu uma imagem muito linda, com um menino nos braços. Este menino tinha na mão uma corrente que ostentava uma âncora.
Alguns minutos depois, a tormenta passou e as águas voltaram ao seu normal. Os homens, vendo aquilo, dobraram os seus joelhos e agradeceram àquela santa.
Quando elas, mãe e filha, chegaram à igreja, no dia marcado pelo sonho, havia um marinheiro moreno e muito forte. Sua mãe, então, coloca a menininha em pé e lhe ajuda a se equilibrar, dizendo-lhe:
-Vai lá, que esse homem lhe ajudará chegar até à santa e você, então, poderá beijá-la.
A menina, com passos inseguros e cambaleantes, um após o outro, se equilibrando e com muito esforço, consegue dar seis passos. Cai e levanta, indo para as mãos do marinheiro. Este, pegando a menininha nas mãos, leva-a até a imagem que, com um sorriso meigo em seu olhar, estava em cima de um barco. July, então, beija a santa e, ainda, brinca com a corrente dourada que estava nas mãos do menino que ela trazia nos braços.
Para ela, ficou marcante o sorriso, suave e sublime, que o menino expressava em sua face.
Algumas passagens de sua vida, ela, ainda, lembra como se fosse hoje. Esse dia ficou registrado na sua lembrança para toda a eternidade.
Naquele momento que ela caiu, fazendo muito esforço para se levantar, sentiu que algo lhe ajudou na coragem de continuar caminhando em direção aquele homem que nunca tinha visto. Lembrou, também, que, naquela hora, que viu o menino sorrindo e parado com a correntinha na mão, ela sentiu uma vontade imensa de brincar com ele. Tocou na correntinha e se sentiu muito feliz.
E devido a visão de sua mãe, July caminha até hoje...
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